sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Último Segundo: na coluna do Nassif, as razões para a isenção do IPI.

A Cloluna do Nassif no Ultimo Segundo.

Sobre o Grupo de Trabalho sobre a insdustria automotiva, aqui tem mais informações.
27/11 - 07:01 - Luís Nassif, colunista do Último Segundo

Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, e principal estrategista das medidas anticíclias adotadas pela área econômica, Nelson Barbosa telefona para explicar as medidas recentes.
A principal crítica à isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre carros flex é que já se trata do tipo de veículo mais vendido no País, não havendo necessidade de estímulos adicionais.

Em relação à desoneração do IPI dos automóveis flex, a lógica é outra.

Primeiro, havia necessidade de sair de forma menos brusca do regime de isenção do IPI. Projeções indicavam queda aguda das vendas em janeiro e fevereiro. Ao mesmo tempo, há preocupação quanto ao futuro da indústria automobilística brasileira.

Hoje em dia montadoras produzem carros diferentes, com diferentes mix de combustíveis. O flex é uma experiência vitoriosa, mas no mundo todo começa a tomar corpo o carro elétrico, ou um mix de elétrico com motor a combustão, fabricado nos Estados Unidos, Europa e Japão. E o Brasil ainda não produz baterias adequadas.

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Na outra ponta, o relatório de sustentabilidade divulgado ontem pelo Ministério de Ciência e Tecnologia revelou o automóvel como o maior fator de poluição no país. Haverá a necessidade de carros mais econômicos e compactos, especialmente para as grandes metrópoles.

Há discussões sobre um selo de eficiência dos automóveis. Mas existem dois critérios possíveis, a emissão de gases e a eficiência energética. Há uma discussão complexa sobre qual critério utilizar que não pode ser tomada a portas fechadas.

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Nesse ambiente futuro complexo, o Brasil tem o quinto mercado e a sexta maior indústria automobilística do planeta. E ainda há descoordenação entre as diversas montadoras, cada qual fabricando tipos diferentes de veículos.

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Juntando todas essas peças, decidiu-se – o mais importante – constituir um Grupo de Trabalho para pensar o futuro da indústria automobilística brasileira. O desafio, então, será primeiro analisar o que a indústria pode produzir no país. Depois, definir as políticas públicas adequadas.

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Enquanto isto, precisa se amarrar uma saída gradativa da isenção do IPI com a estratégia futura. Daí a decisão de estender a desoneração do IPI apenas os carros flex. Com eles, há a garantia de que só serão beneficiados veículos produzidos no país, que gerem investimentos e emprego. Por outro lado, o incentivo vai em linha com as tendências dos novos carros verdes.

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Em relação à isenção de IPI para móveis e madeiras, Barbosa justifica a decisão com o dado concreto de que o setor até hoje não saiu da crise. Está em depressão, não se recuperou, emprega 240 mil pessoas, tem importância econômica especialmente em médias cidades da região sul.

Considera incorreta a análise de que a medida será inflacionária. Como inflacionária, se o setor trabalha com tremenda capacidade ociosa, pergunta ele? E se o mercado interno não se recuperou, é evidente que o IPI será utilizado para reduzir preço.

Crise em Dubai preocupa mercado

A expectativa de moratória do emirado de Dubai voltou a preocupar os mercados acionários, que vêem nisso mais um reflexo da crise mundial. As principais bolsas da Europa fecharam em queda, puxadas pelo setor financeiro – alguns bancos estariam expostos aos passivos do emirado. Com o setor imobiliário parado em Dubai, as empresas da região entraram em dificuldades financeiras e perderam a capacidade de honrar pontualmente seus compromissos.

Caixa negocia fatia do PanAmericano

A CaixaPar, braço de investimentos da Caixa Econômica Federal, negocia a aquisição de 49% do capital social votante do banco PanAmericano, que atua em empréstimo pessoal. A operação envolveria o desembolso de R$ 750 milhões a R$ 800 milhões. Analistas dizem que, se concretizada, a negociação acrescentaria mais um produto a ser oferecido aos clientes da Caixa, que atualmente opera somente com crédito imobiliário.

China anuncia meta climática

A poucas semanas da reunião sobre mudanças climáticas em Copenhague, a China anuncia a sua meta de emissão de gases do efeito estufa. A intenção de Pequim é reduzir a "intensidade de carbono" (quantidade de CO2 emitido por unidade do PIB) em 40% a 45% em 2020 sobre os níveis de 2005. A meta norte-americana é de redução de emissões é de 17% até 2020. A China como os EUA são os maiores poluidores do planeta.

A moeda mais sobrevalorizada

O real é a moeda mais sobrevalorizada do mundo, disse o banco norte-americano Goldman Sachs. Em outubro, o investimento líquido estrangeiro disparou para US$ 17,6 bilhões, saltando do intervalo médio entre US$ 6 bilhões e US$ 8 bilhões desde março. A valorização do real é a maior entre os países mais relevantes, e mesmo com a taxação de entrada de capital externo, o Goldman vê uma nova pressão de alta a caminho.

A recuperação da indústria paulista

A produção paulista deve voltar aos níveis pré-crise entre março e junho, disse a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O crescimento da atividade deve atingir 13% em 2010 em relação a 2009, em grande parte por causa das reduzidas bases de comparação. "Cerca de 9,3% deste crescimento será o carregamento das quedas de 2009", afirmou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas.

O agravamento da dívida pública

Uma das heranças negativas da crise é o inchaço da dívida pública dos países ricos, disse a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos). Muitos dos 30 países membros alcançarão o patamar de dívida pública em 100% do PIB em 2010. Em outras palavras: para cada unidade de riqueza produzida, haverá uma unidade de dívida. O Japão deve apresentar a pior relação, chegando a 200% do seu PIB, com Itália (127,3%) e Grécia (111,8%) também em situação delicada.

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