Segue matéria do JB, copiada daqui.
Apesar de tudo, um sistema seguro.
Autor(es): birajara Loureiro - Jornal do Brasil - 12/11/2009
O sistema de transmissão de energia elétrica no Brasil tem bom padrão de qualidade e eficiência, e está estruturado em grandes linhas interligadas, uma opção histórica, desde a construção da hidrelétrica de Paulo Afonso, no Rio São Francisco, afirma Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, entidade independente que promove estudos sobre o sistema energético do Brasil.
– A qualidade das linhas obedece a critérios rigorosos. Houve investimentos pesados e todas as linhas são contratadas mediante leilões, com regras estritas. O padrão é bom – diz Cláudio Sales.
Dos arquivos do blog:
Para o Banco Mundial, o Brasil é hoje referência internacional na área de saúde pública.
Hospitais universitários economizam R$ 480 milhões em compras públicas
Hospitais universitários economizam R$ 480 milhões em compras públicas
Engenheiro formado pela PUC e ex-integrante das administrações da Cemig, Energisa e Energipe, Sales explica também que, mesmo privilegiado por uma matriz energética que tem 89,6% de seu conjunto constituídos por fontes hídricas, os órgãos de planejamento, basicamente o Operador do Sistema Energético (ONS) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) defrontam-se sempre com o dilema de expandir o sistema de transmissão, tentando dar-lhe um grau máximo de segurança, o que pode ter custo muito elevado, ou criar uma maior complementação com geração localizada. Neste caso, predominantemente térmica, ou seja usinas movidas a óleo, o que significa uma maior emissão de gases.
– Esta é a equação. Seguramente o resultado ideal está no meio das duas alternativas. Em relação à complementação térmica, felizmente o mundo está atento a questões de mudanças climáticas. Só que a realidade do mundo, neste particular, é completamente diversa da do Brasil. A geração de energia no Brasil responde por apenas 1,4% do total dos gases de efeito estufa emitidos no país, enquanto no resto do mundo este percentual chega a 25%, com a predominância para geração de combustíveis fósseis, 67% do total – esclarece Sales.
Estes números, no seu entender, significam que, diferentemente de outros países, o Brasil tem espaço para enfrentar o problema com as melhores soluções. Trazer para cá as visões e conclusões que o mundo tem sobre a questão do aquecimento e abastecimento energético, por exemplo, seria um erro gigantesco.
– A nossa é uma matriz privilegiada. Ou seja, o Brasil tem sim condições de fazer as melhores opções
energéticas para produzir com mais segurança e eficiência, sem que isso implique comprometimento mais significativo do ponto de vista ambiental – complementa.
Quanto ao apagão de quarta-feira, Sales, mesmo antes de ter conhecimento das causas do problema, ressalvou, se, por um lado, Itaipu é uma exemplo de produção eficiente de energia e renovável e limpa, por outro também representa uma vulnerabilidade, pois responde por 20% do abastecimento brasileiro.
– O nível ótimo de segurança é um desafio com que todo o planejador se defronta. Ter um sistema com diversos níveis de alternativas de operação, denominadas redundâncias, para fazer frente a intempéries, que sempre acontecem, pode ter um custo proibitivo. Um país como o Brasil, mesmo com uma situação privilegiada em termos de geração de energia, certamente não tem condições de bancar um sistema que tenha segurança de 100% porque o custo sobe exponencialmente. Além disso, não existe este nível de segurança em qualquer lugar do mundo – afirma Claúdio Sales.
Nenhum comentário:
Postar um comentário