Matéria do Terra.
Este, infelizmente, é o nível da nossa oposição. Na falta de um mísero especialista que lhes dê razão ao alarmismo, um de seus líderes propõe que se convide um vidente a depor sobre o blecaute no Senado Federal.
Depois, ainda dizem que, na oposição, o PT faria igual.
No mais, parece que a Sra Keila, autora da matéria, quer um empreguinho na Folha ou na Globo. Segundo ela, lá no quinto parágrafo, até senadores da base governistas estariam contra a suposta (digo eu) manobra para blindar Dilma Roussef. Pode até ser verdade (eu não sei!), mas a citação que ela justapôs prova exatamente o contrário.
Segundo ela, um determinado senador (supõe-se, governista) teria dito: "O Senado está perdendo o bom senso. Não faz sentido discutir esse problema em todas as comissões. O Senado não pode se prestar a esse papel.
Peraí, mas esse não é o argumento usado pela própria base governista? Ou não? Será que ele é contra a Dilma prestar esclarecimentos em apenas uma comissão porque "não faz sentido discutir esse problema em todas as comissões"?
Aliás, essa história toda de blindagem da Dilma é muito engraçada. A oposição sem discurso resolve utilizar eleitoralmente o blecaute, fazendo a ministra comparecer a todas as comissões possíveis, mas quem manobra é base governista, que, diga-se de passagem, não impediu a prestação de esclarecimento, apenas limitou o convite a uma só comissão. Sei, faz todo o sentido...
Por falar nisso, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui há matérias e artigos com especialistas falando sobre o blecaute.
Com Dilma 'blindada', oposição quer vidente explicando apagão.
18 de novembro de 2009 • 11h32 • atualizado às 12h30 Comentários
Keila Santana - Direto de Brasília
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), resolveu ironizar a estratégia governista de "blindar" a ministra Dilma Rousseff, chefe da Casa Civil e provável candidata do PT à Presidência, de explicar o apagão elétrico que atingiu 18 Estados na semana passada em comissões do Senado. O tucano pediu nesta quarta-feira que fosse incluído no requerimento um convite para que um representante da Fundação Cacique Cobra Coral, entidade científica esotérica especializada em fenômenos climáticos e previsões astrológicas, inclusive sobre política nacional, fale sobre o apagão na Comissão de Ciência e Tecnologia.
A estratégia da base desde que a oposição começou a apresentar requerimentos para que Dilma fale em comissões do Senado sobre o blecaute é a de aprovar apenas um convite de audiência pública com a chefe da Casa Civil, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e mais 18 técnicos da área de energia.
A sugestão gerou um enfrentamento entre os líderes. O presidente da comissão, senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), acolheu o pedido do líder tucano e incluiu a Fundação Cobra Coral no requerimento. Por conta do bate-boca entre os senadores, a reunião foi suspensa antes que o pedido fosse votado. A sessão deve ser retomada no início da tarde.
Informado sobre a confusão na Comissão de Ciência e Tecnologia, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), evitou fazer comentários sobre o convite aos videntes e disse que achava da ideia "o mesmo que todo mundo".
Até senadores governistas ficaram irritados com a manobra para blindar a imagem da ministra Dilma a qualquer custo. O senador Valdir Raupp (PMDB-RO) reclamou da disputa política entre governo e oposição. Para o peemedebista, o rumo da disputa está prejudicando a credibilidade do Congresso. "O Senado está perdendo o bom senso. Não faz sentido discutir esse problema em todas as comissões. O Senado não pode se prestar a esse papel", disse.
Já o senador Renato Casagrande (PSB-ES) disse que o assunto poderia ser bem esclarecido com o comparecimento ao Senado do ministro de Lobão, de representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). "Partimos para a disputa eleitoral e isso é muito ruim porque o Senado não colabora em nada para esclarecer o assunto. A ministra Dilma não é ministra da área e o que se está discutindo aqui é tática de disputa eleitoral", disse.
Virgílio rebateu as afirmações de Casagrande. Segundo ele, da parte da oposição não há qualquer tipo de disputa eleitoral. O líder do PSDB acrescentou que Dilma foi quem elaborou o atual marco regulatório do setor de energia e, por isso, tem que que explicar no Senado o funcionamento do sistema.
Falta de Luz
Por volta das 22h30 de terça-feira (10), as 18 unidades geradoras da usina de Itaipu começaram a "rodar no vazio" - ou seja, não conseguiam passar eletricidade para a rede distribuidora. O problema atingiu pelo menos 18 Estados, sendo que quatro deles (Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo) ficaram completamente às escuras. Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Rondônia foram parcialmente atingidos pela falta de luz. A situação foi normalizada entre a noite de terça-feira e a madrugada e manhã desta quarta-feira.
Três linhas de transmissão com problemas teriam causado o apagão. De acordo com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, duas das linhas vão de Ivaiporã, no Paraná, a Itaberá, no sul de São Paulo. A terceira liga Itaberá a Tijuco Preto, no sul de Minas Gerais. O problema, afirma Zimmermann, foi possivelmente causado por condições meteorológicas adversas.
Com 18 unidades geradoras e 14 mil megawatts de potência instalada, a usina binacional de Itaipu fornece 19,3% da energia consumida no Brasil e abastece 87,3% do consumo paraguaio. De acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS), 28,8 mil megawatts de potência foram perdidos com a pane (cerca de 40% da energia do Brasil), o que impossibilitou o fornecimento para as demais regiões. Para abastecer o Estado de São Paulo, por exemplo, são necessários cerca de 17 mil megawatts.
Com informações da Agência Brasil
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