quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Brasília Confidencial: prefeitura tucana reclama: Aécio não apoia a reconstrução em municípios afetados por calamidades naturais.

A matéria é do Brasília Confidencial.

Dois comentários rápidos:

1 – Não sei o partido do Secretário de Administração de Oratórios, entrevistado na matéria. Na verdade, não sei sequer se ele tem partido. Não é muito provável, mas ele pode ser um gestor profissional. Mas o chefe dele, o prefeito, como não podia deixar de ser, tem um partido. E, conforme demonstra a tabela abaixo, copiada daqui, o prefeito de Oratórios é do PSDB – tucano, portanto, como o Governador Aécio Neves.

Ou seja, parece pouco provável que sua crítica seja meramente partidária, já que ele é correligionário do Governador Aécio Neves.
Odilon F. de O. Junior
PSDB
eleito
1.663
50,78%
Carlos Ferreira de Lima
PT
não eleito
1.583
49,22%

2 – Não entendo nada do assunto e, portanto, talvez o Governador Aécio Neves esteja certo. Mas será razoável exigir de um município com 5.000 habitantes que ele tenha uma Coordenadoria Municipal de Defesa Civil? Um município com pouco mais de 3000 eleitores suporta um órgão desses? Condicionar o repasse de verba emergencial, destinada a socorrer municípios em calamidade, à criação de determinado órgão administrativo não seria ingerência indevida na administração do município? E a população atingida, o que tem com isso?

Como disse, talvez o Governador Aécio Neves esteja certo. Mas, enquanto se nega a ajudar a população atingida por intempéries, o Governo Aécio Neves já gastou R$ 1,2 bilhão na construção do novo Centro Administrativo de Minas Gerais - uma obra orçada inicialmente em cerca de R$ 400 milhões e que tem licitações sob suspeita de irregularidades, como publicado aqui e aqui.

Governo Aécio castiga prefeituras e populações atingidas pelas chuvas.

18/11/2009

Maais de 80% das prefeituras – 700 das 853 – e 12 milhões de moradores em Minas Gerais precisarão enfrentar mais um desafio, além das calamidades com que convivem nos últimos anos em conseqüência de chuvas e enchentes. Governantes e populações terão que reconstruir prédios, estradas e pontes sem ajuda do Governo Aécio Neves (PSDB).

Há dois meses o governador assinou decreto que bloqueia o repasse de verbas emergenciais às cidades que necessitam de auxílio para combater efeitos das chuvas, mas que não possuem Coordenadoria Municipal de Defesa Civil. De acordo com o gerente de comunicação da Defesa Civil Estadual, major Edylam Arruda, “o objetivo do governo é punir as prefeituras que não realizam trabalho de prevenção nos meses que antecedem o período das chuvas”.

Em Oratórios, município com 5.000 habitantes e um dos 22 que decretaram situação de emergência nos últimos dias, o secretário de Administração, Geovane da Silva Domingos, discorda da posição adotada pelo Governo Aécio.

“Nossa população vai ser prejudicada duas vezes: uma pela chuva de granizo e pelo vento, que destelhou 80% das casas, e outra porque não teremos o apoio do governo estadual na reconstrução”, lamenta.

“Será que uma coordenação de Defesa Civil no município iria evitar esse desastre?”, questiona o secretário.
Geovane lembra que, no ano passado, uma forte chuva também danificou diversas casas e, mesmo sem a existência do decreto, o governo não enviou “nenhuma telha” para ajudar o município. Indignado, ele afirma que o Corpo de Bombeiros mais próximo fica a 100 quilômetros de distância.

“E ainda querem exigir que o município cumpra metas de segurança!”, reclama.

MAIS MORTE E DANOS

Entre o fim de 2008 e o início deste ano, 44 pessoas morreram e 487 ficaram feridas em conseqüência de desastres provocados pela chuva. No mesmo período, quase 125.000 pessoas tiveram que deixar suas casas em 274 municípios – 113.373 foram acolhidas em moradias de parentes ou amigos e 11.540 foram protegidas em abrigos públicos.

O mais recente boletim da Defesa Civil de Minas, divulgado ontem, informa que o número de pessoas afetadas pelas chuvas aumentou em 5.000 nos últimos três dias. Agora são 73.940 pessoas. No mesmo período o número de mortos aumentou de sete para nove. Os danos materiais também aumentaram. O número de pontes destruídas no estado, por exemplo, dobrou – de 16 para 33 – entre segunda-feira e ontem.

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