quarta-feira, 16 de maio de 2012

Preço da gasolina no Brasil equivale à média mundial e é o 20º menor em levantamento do Bloomberg

O gráfico abaixo foi publicado pelo The Big Picture. Ele é baseado em levantamento publicado pela Bloomberg nesta matéria: "Highest & Cheapest Gas Prices by Country"

Most expensive gas ranking: Price per gallon of premium gasoline:  Norway $9.69 Denmark $9.37 Italy $9.35 Netherland $9.35 Greece $9.23 Sweden $8.97 Hong Kong $8.89 Portugal $8.85 United Kingdom $8.84 Belgium $8.82 France $8.72 Finland $8.59 Germany $8.56 Ireland $8.34 Switzerland $7.95 Slovakia $7.93 Hungary $7.69 Czech Republic $7.59 Japan $7.58 South Korea $7.57 Spain $7.55 Slovenia $7.54 Austria $7.45 Malta $7.32 Latvia $7.26 Luxembourg $7.24 Lithuania $7.24 Estonia $7.05 Poland $7.01 Cyprus $7.00 Bulgaria $6.94 Australia $6.75 Singapore $6.70 Romania $6.59 Chile $6.54 Brazil $6.41 India $6.06 Canada $5.75 South Africa $5.72 Seychelles $5.53 Argentina $5.44 China $5.31 Thailand $4.96 United States $4.19 Indonesia $4.11 Russia $3.71 Malaysia $3.30 Mexico $3.20 Iran $2.78 Nigeria $2.33 United Arab Emirates $1.89 Egypt $1.73 Kuwait $0.88 Saudi Arabia $0.61 Venezuela $0.09
Preços da gasolina na bomba por país

Por um lado, os dados revelam que o Brasil pratica o vigésimo menor preço para a gasolina dentre os 55 países pesquisados. O preço aqui, além disso, é praticamente igual à média daqueles coletados (6,40 por galão, para um valor médio de 6,41).


Dos arquivos do blog:


Na outra ponta, o Brasil aparece como 13º colocado naquilo que o levantamento chamou de "dor na bomba" (pain at pump) - índice medido pela percentagem da renda média diária necessária para comprar um galão de gasolina. O próprio noticioso, entretanto, explica:

"Um galão de gasolina custa menos no Brasil que a média global, mas a modesta renda diária média aumenta a "dor na bomba" para os Brasileiros".

Aqui, no Big Picture, tem a listagem dos preços coletado pelo Bloomberg.

via Highest & Cheapest Gas Prices by Country@Ricamconsult

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ali no espelho, o inimigo



A alteração na poupança para (nós) leigos

O assunto não é simples - e uma boa explicação merece ser reproduzida e espalhada. 


Sempre fui um menino curioso e no curso de jornalismo um aluno aplicado. Na adolescência descobri que os jornais eram a porta para entender o mundo (bons tempos aqueles). Hoje, com o pensamento único dos editorialistas aos colaboradores nem pensar...

Em economia, nunca passei do trivial. Administro bem o orçamento doméstico e considero ter tino para negócios. Não sou consumista, nem gosto de ostentar. Na faculdade ajudava os colegas a entender índices de correção, tabelas, investimentos, etc... Mas, repito, nada além do trivial.

Depois de formado, frequentei a Escola de Governo, o que abriu caminho para conhecer a história do pensamento econômico e acompanhar de perto o principal debate dos anos 80 e 90: o controle da inflação. Hoje, como todos nós bem sabemos, a questão central das economias emergentes são os juros e o câmbio.   

E é sobre juros que quero falar mais uma vez. Não como entendido, mas como curioso. A presidente Dilma decidiu enfrentar uma batalha dura pela redução das taxas cobradas pelos bancos, sobretudo o spread (que mede o risco de calote do devedor). Discussão que deixa muita gente confusa.

Por isso, vou tentar simplificar a questão, quem sabe não consigo ajudar os leigos a entenderem um pouquinho o que está acontecendo e se falar alguma bobagem, pode ser até que alguém mais esperto me ajude, corrigindo-me.

Um país funciona basicamente com produção, emprego, renda, consumo e poupança. Se o emprego vai bem, a renda aumenta, o consumo aumenta e produção e a poupança também. Só que para adquirir determinados bens de maior valor, como carros e imóveis por exemplo, é preciso de empréstimos. Emprestamos até um limite. Quando este limite é alcançado, só contraímos nova dívida depois de pagar o que devemos.

Com o Governo é mais ou menos assim também. Arrecada impostos, paga salários, benefícios, aposentadorias e pensões e cumpre um orçamento, que no caso brasileiro é superavitário. Para obras, investimentos e pagamento de juros de empréstimos contraídos irresponsavelmente no passado são necessários novos empréstimos.

E como o governo toma emprestado? De poupadores e investidores, nacionais ou estrangeiros.

O investidor compra um título da dívida pública que, ao final do prazo, tem que pagar a ele investidor a inflação mais um prêmio. A caderneta de poupança por exemplo paga 6,17% ao ano de juros, livre de IR e taxas bancárias.

Se o governo não tiver um papel que prometa pagar mais do que a poupança, não haverá investidores, certo? Hoje, a taxa selic, que serve de base para remunerar esses papéis está em 9% ao ano, sem descontar impostos e taxa de administração.

Portanto, para atrair investidores, o governo precisaria continuar pagando juros mais altos. E ao pagar mais, atrairia principalmente os que procuram prazos mais curtos. Um dinheiro que tem pressa de entrar, realizar e sair.

Mas quando esse dinheiro entra em boa quantidade no país, ele causa uma pressão sobre o câmbio e valoriza a nossa moeda. Com a nossa moeda mais forte, os preços dos produtos brasileiros ficam mais caros em dólar e, portanto, menos competitivos lá fora. Vendendo menos, o país tem menos divisas.

Além disso, há a competição com os bens que vêm de fora mais baratos. Logo, produzindo menos, a atividade econômica se retrai, empregos são extintos, a renda diminui, as dívidas dos trabalhadores aumentam... Nossa economia se desorganiza.

O que é preciso, então? Evitar que os rentistas fujam da recessão de seus países e fiquem aqui especulando sem produzir e, ao mesmo tempo, incentivar as pessoas a comprarem, o que compensaria a diminuição do consumo lá fora. E como isso seria possível?




Reduzindo-se os juros ainda mais, abaixo do limite do que paga hoje a caderneta de poupança. Grosso modo é rigorosamente isso que o Governo quer fazer, ao propor novo cálculo para rendimento das cadernetas de poupança, ou seja, forçar uma queda ainda maior nos juros.

Com o custo do dinheiro mais baixo, mais fácil fica contrair e pagar por novos empréstimos, o risco diminui para o credor e o spread cai. Só que os bancos privados apostaram que Dilma não mexeria no rendimento da poupança, por acharem a medida impopular, e decretaram que a taxa selic havia chegado ao piso. Perderam mais uma vez.

O povo já entendeu "empiricamente", que mexer com o rendimento da poupança é importante para o país dar mais um salto. E como as pessoas confiam em Dilma (basta ver os níveis de aprovação que ela tem) este é mais um debate superado a favor do Governo. Por isso, pode estar nascendo aí um novo momento econômico para nós.