domingo, 15 de novembro de 2009

BBC: Lula oferece cooperação tecnológica no combate à fome na Africa.

Segue matéria da BBC Brasil.

Brasil quer ajudar agricultura em savanas africanas.

Pablo Uchoa
enviado especial da BBC Brasil à Roma

O Brasil quer impulsionar um novo conceito de diplomacia – "sul-sul-norte" – e estabelecer, com a ajuda financeira de países ricos, parcerias para desenvolver a agricultura nas savanas africanas.

Em uma reunião paralela à Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar da ONU, que ocorre aqui na capital italiana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu aos países africanos a tecnologia e as lições da experiência brasileira na viabilização agrícola do Cerrado – um tipo de savana.

O presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agrícola (Embrapa), Pedro Antonio Arraes Pereira, disse a jornalistas que muitos dos desafios que a agricultura no cerrado brasileiro enfrentava há três décadas, como acidez do solo e distribuição de chuvas, são semelhantes aos que existem hoje na África subsaariana.

A ajuda brasileira pretenderia seguir o modelo de um projeto de longo prazo que o país está levando a cabo em Moçambique com financiamento japonês e americano.

Estrutura

Nesta iniciativa, que já foi batizada de cooperação "sul-sul-norte", o governo brasileiro entra com a tecnologia e a experiência, os US$ 300 milhões necessários virão da agência japonesa JICA e da americana USAID.

O projeto tem prazo de dez anos e mal engatinha, mas já está sendo qualificado de "estruturante", porque propõe estruturar uma nova maneira de viabilizar o desenvolvimento tecnológico na agricultura africana e assim colaborar para a segurança alimentar da região.

Arraes Pereira afirmou que a Embrapa identificou em 16 países africanos 35 projetos com potencial de promover a transferência agrícola.

Nove estão em execução, alcançando um valor total de US$ 12,7 milhões. Outros 16 estão sendo finalizados, o que adicionaria outros US$ 3,4 milhões.

Para o presidente da Embrapa, além do benefício para os países receptores do intercâmbio, os projetos abrirão mercados para as indústrias brasileiras que atuam na área agrícola, sobretudo em setores como máquinas, fertilizantes e infraestrutura de transportes e armazenagem.

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