Segue a matéria da Agência Brasil, com grifos meus.
Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O coordenador do Programa Cidades Mais Seguras das Nações Unidas (ONU), Elkin Velásquez, elogiou hoje (26) o projeto de policiamento comunitário nas favelas do Rio de Janeiro, mas acrescentou que é preciso fazer uma avaliação constante do seu processo de implantação em outras favelas. Velásquez está no Rio e visitou, no final de semana, o projeto do Morro da Babilônia, na zona sul da cidade, uma das cinco favelas cariocas que contam com o novo tipo de policiamento.
O policiamento comunitário prevê o fim do controle da favela por criminosos, com sua ocupação em tempo integral pela polícia, e também uma proximidade maior dos policiais com os moradores dessas áreas.
“Tive uma excelente impressão da comunidade de Babilônia. Pude constatar que é um processo que está no início, mas que está avançando bem, com uma presença constante da polícia e do Estado nessa comunidade. Pelo que pude conversar, é uma comunidade que demandava, solicitava e pedia essa presença permanente”, disse.
Para Velásquez, no entanto, é preciso haver uma análise e avaliação constante do projeto, ao levá-lo a outras comunidades do estado. “Quando se multiplica uma experiência piloto positiva, sempre é necessária uma análise detalhada do que ocorre em outras favelas. É preciso fazer essa multiplicação sob um processo de avaliação constante, por parte das comunidades, das autoridades e de acadêmicos, para saber que ajustes são necessários.”. Velásquez não quis comentar as políticas de enfrentamento adotadas pelo governo do Rio de Janeiro. Ele explicou que não conhece, a fundo, o que acontece no estado. Mas, segundo ele, toda política de coerção policial precisa ser feita de acordo com princípios de direitos humanos e que as polícias devem sempre reduzir, ao máximo, as mortes em confrontos.
Ele afirmou ainda que, para alcançar níveis melhores de segurança até as Olimpíadas 2016, é preciso que o Rio de Janeiro invista na prevenção da criminalidade. E isso, segundo Velásquez, inclui intervenções sociais, econômicas, culturais e urbanas.
Ainda de acordo com o oficial da ONU, é necessária a liderança das autoridades, a participação das próprias comunidades no planejamento das políticas e a busca de resultados concretos.
De acordo com ele, muitas vezes as autoridades focam mais suas atenções para as facções criminosas e para os chefes dessas quadrilhas e se esquecem de atacar a vulnerabilidade das comunidades, das instituições e do sistema econômico e social.
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