Matéria da Agência Brasil:
Aqui, está disponível a íntegra do relatório do índice deste ano, bem como todos os 5 anteriores.
A base - ou forma de cálculo, sei lá - mudou em 2008 e não descobri uma maneira de comparar os índices obtidos antes e depois da alteração. Mas, ao menos desde então, o índice brasileiro passou de 61,4 para 68, uma melhora de mais de 10%. E o estudo ainda indica que, ao contrário da Suécia e da Alemanha, a tendência aqui é de melhora.
Outro fator interessante: no estudo anterior, a política brasileira de enfrentamento às mudanças climáticas fora considerada "muito pobre". No atual, a nossa política recebeu a classificação de "moderada" - abaixo da classificação geral ("boa"), mas dois níveis acima daquela conferida no relatório anterior.
Brasil lidera ranking de combate à mudança climática.
Da Agência Brasil
Brasília - O Brasil encabeça o ranking de combate à mudança climática publicado hoje (14) pela ONG Germanwatch e a rede Climate Action Network (CAN), organizações não governamentais europeias. Pela primeira vez desde que o indicador começou a ser medido, um país emergente ocupa a liderança da lista, superando países desenvolvidos economicamente como a Suécia, a Alemanha e a Noruega. As informações são da BBC Brasil.
O Brasil obteve nota 68, o que o coloca no grupo dos países cujo desempenho no combate à mudança climática é considerado “bom”. No mesmo grupo ficaram a Suécia (67.4), a Grã-Bretanha e a Alemanha (65.3), a França (63.5), a Índia (63.1), a Noruega (61.8) e o México (61.2).
“É muito bom que países emergentes estejam ganhando posições neste ranking. Estão mandando um sinal claro, durante as negociações de Copenhague, de que estão comprometidos em combater a mudança climática. Gostaria apenas que outros países europeus estivessem demonstrando o mesmo compromisso para com as mudanças positivas”, avaliou o diretor europeu da rede CAN, Matthias Duwe.
Esta foi a quinta edição do índice de desempenho da mudança climática (CCPI, na sigla em inglês) que avaliou as medidas que estão sendo tomadas em 57 países e as comparou com o que está sendo feito em outros países e o que a organização considera necessário ser feito para evitar um aumento de 2 graus Celsius (ºC) na temperatura do planeta.
Como a ONG considera que “nenhum país está se esforçando o suficiente para prevenir uma perigosa mudança climática”, nenhum desempenho foi considerado “muito bom”, o que deixou vazias as três primeiras posições do ranking.
As duas ONG elogiaram a melhora do marco legal de proteção ao clima no Brasil. Mas adotaram uma postura cautelosa em relação à desaceleração do ritmo de desmatamento que reduziu as emissões de carbono do país.
“Ainda não está claro se isto é resultado de uma menor demanda por óleo de palma e soja na atual crise econômica.”
O indicador foi divulgado no mesmo dia em que as negociações sobre o clima na capital dinamarquesa esbarram em um impasse, com os países emergentes acusando os desenvolvidos de promover um acordo sem força para reduzir as emissões de gases que causam o efeito estufa e o aquecimento global. No rascunho de acordo apresentado na sexta-feira (11), as metas de cortes na emissão de carbono variam de 25% a 45% até 2020.
Para os divulgadores do CCPI, as metas apresentadas pelos países ricos são “insuficientes”. No fim da lista, entre os países com desempenho “muito ruim”, figuram o Canadá (40.7) e a Arábia Saudita (28.7).
A ONG ressaltou que, apesar de estar entre os dez maiores emissores mundiais de gás carbônico, até agora o Canadá não anunciou nenhuma política significativa em relação ao tema. Já a Arábia Saudita, o maior produtor mundial de petróleo, é considerada uma espécie de “inimiga” dos ambientalistas por questionar a origem e a importância do fenômeno de aquecimento global. Na mesma categoria, e a apenas oito do fim do ranking, ficaram os Estados Unidos (46.3).
“Há uma série de propostas de políticas climáticas tramitando no Congresso americano no momento, mas nenhuma ainda aprovada”, disse o diretor de políticas da Germanwatch, Christoph Bals. “Uma lei que realmente reduza as emissões, assim como uma posição forte em Copenhague, melhoraria sua posição no ranking”, acrescentou.
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