Segue a matéria, creditada ao Valor Econômico pelo Minaspetro, de cujo site foi tirado o original (ou a cópia copiada), que está aqui.
AIE avalia que interesse de estrangeiros supera restrições
Com tanto petróleo em jogo e o acesso a reservas inexploradas sendo frequentemente restringidas em outros países, a camada do pré-sal brasileiro continuará a atrair as companhias internacionais de petróleo mesmo se o regime de exploração que foi definido em projeto a ser votado pelo Congresso Nacional favorecer o Estado.
É o que diz a Agência Internacional de Energia (AIE), entidade dos países industrializados, que em seu relatório periódico sobre a situação do petróleo analisa as propostas do governo Luiz Inácio Lula da Silva que poderão determinar como "presumíveis" 50 bilhões de barril ou mais de petróleo recuperável serão produzidos na "mais recente e mais significativa fronteira do óleo desde o desenvolvimento no Cáspio".
Destaca que, enquanto o governo moldou o regime de exploração como um "novo dia de independência do Brasil", observadores indagam se o modelo poderia dificultar um desenvolvimento rápido e lucrativo das reservas e restringir o acesso a uma "das poucas oportunidades atrativas nas quais as companhias internacionais de petróleo podem investir".
Para a AIE, uma preocupação é de que o atual ambiente de concorrência possa sofrer "mesmo que a Petrobras seja amplamente admirada por seu rápido desenvolvimento na exploração offshore de petróleo em recentes anos". Lista também temores de que o crescente papel do governo resulte em interferência política nas decisões operacionais. E que o atual regulador de energia, a Agência Nacional de Petróleo (ANP), seja escanteada pelo maior papel do Ministério de Minas e Energia, Petro-sal e Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Na avaliação da agência dos países industrializados, em todo caso, o maior peso do Estado servirá sobretudo para garantir que a exploração das gigantescas reservas do pré-sal seja gradual, e portanto mais lenta, comparado com um sistema no qual considerações do mercado e de companhias dominariam a velocidade do desenvolvimento, e do declínio, da produção.
A AIE diz que "outros observadores" detectaram imperativos políticos, antecedendo a eleição presidencial do ano que vem, na pressa do governo para aprovar as propostas no Congresso.
Mas constata que a camada do pré-sal é tão grande que continuará atraindo as petroleiras. Nota que elas já são ativas no Brasil e contribuíram para o recente crescimento da produção. Exemplifica que Chevron e Shell começaram neste verão a produção nos seus campos de Frade e Parque das Conchas, que vão resultar em 80 mil e 100 mil barris por dia, respectivamente. BG e Galp compartilham com Petrobras o campo de Tupi, o primeiro campo do pré-sal a ser explorado.
Assim, "apesar do potenciais soluços regulatórios", as reservas do pré-sal deverão ser um dos sustentáculos principais para o crescimento da produção em países não membros da Opep, o cartel do petróleo, conclui a AIE.
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