Nela, ele promete uma série de artigos acerca de 8 medidas econômicas supostamente inovadoras adotadas pelo Governo Lula e que o diferenciam do Governo FHC. Essas políticas, segundo o autor, provariam o equívoco da visão segundo a qual Lula apenas deu sorte ao supostamente seguir o mesmo modelo do governo anterior.
Não sou economista e não sei o que o Kanitz escreverá, mas reproduzirei aqui os textos por ele referidos. E a razão é bem simples. Essa verdade, tão repetida, e centrada sempre na taxa de juros e na prática de superávits, há muito me incomoda por sua leviandade.
Como disse, o assunto não é bem minha praia, mas sempre estranhei uma coisa: reduzir-se a economia a juros e e meta de gastos. Fortalecer os programas sociais, e retirar os respectivos gastos do cálulo do superávit, sejam estas medidas certas ou erradas, não tem impacto econômico? Aumentos substanciais para o salário mínimo não representam um política econômica?
Vejamos o que escreverá o Kanitz.
O Legado Lula
Muito se tem escrito de que o governo Lula surfou na onda dos países desenvolvidos, na sorte, ou que simplesmente continuou as medidas econômicas "neoliberais" criadas por FHC, dita até por membros do PT.
Veja um bom resumo destas críticas no blog do Marcio Pessoa "O governo Lula é um horror, dos piores que o Brasil já teve. Surfou na estabilidade monetária que FHC implantou, nas políticas sociais que dona Ruth havia iniciado e numa situação internacional favorável para, com sorte, ter ventos favoráveis".
Esta visão coloca um sério perigo de instabilidade econômica em 2010, na medida que se avalia se o sucessor de Lula irá ou não continuar a “política econômica do Governo FHC", incluindo nesta dúvida a própria Dilma.O futuro de juros para 2011 já disparou para dois dígitos novamente, sinalizando o pânico que poderemos ter, colocando tudo a perder.
A análise que iremos fazer do governo Lula, visa mostrar algumas medidas inovadoras tomadas nestes oito anos de governo que, por terem sido bem sucedidas, continuarão no próximo governo, qualquer que seja o novo Presidente.
Razão de tranquilidade portanto.
Mostra também que algumas políticas econômicas do governo FHC foram até abandonadas, para melhor. Esta análise fria e apartidária visa serenar os ânimos de algumas discussões eleitorais futuras, para não interromper nosso crescimento em 2009 e 2010 com dúvidas de continuidade.
Legado, é o que permanecerá, daí o termo. São as medidas que futuros Presidentes terão muita dificuldade em mudar, dado o clamor da opinião pública. Por exemplo, como começar a “torrar” nossas reservas internacionais criadas no governo Lula.
Ninguém pressionou o governo FHC a criar Reservas Internacionais, mas uma vez criadas, a opinião pública certamente pressionará se as Reservas forem delapidadas.
Obviamente, todo governo surfa as conquistas do anterior, é isto que queremos, e sem dúvida Lula se beneficiou de várias conquistas de governos anteriores, como o Plano Real do Governo Itamar.
O importante para a turbulência política que teremos em 2010 é lembrar e divulgar a investidores temerosos, que são medidas que nenhum futuro governo irá ousar mudar, algo que muitos intelectuais do próprio PT parecem não perceber, ou querem modificar.
As 8 medidas não são as únicas certamente, mas 7 delas eu inclusive defendi no passado, acompanhei e até participei à distância, daí a minha alegria e obrigação em reconhecer o que foi feito, dar mérito a quem de direito, e divulgá-las para que elas sejam entendidas e mantidas. Comentarei cada uma delas em artigos nos próximos 3 meses, se me deixarem.
Apesar do meu histórico de análises sérias e apartidárias, quero deixar claro que não se trata de uma análise pró PT, ou anti PSDB, como alguns certamente acharão.
São medidas que muitos brasileiros há muito defendem, sensatas e até óbvias, e Lula teve o mérito de ouvir e adotar.
O importante é convencer todos os brasileiros, inclusive a atual oposição, incluindo a oposição dentro do PT, que são idéias que precisam ficar, um legado para os próximos governos.
Lembrem-se, sindicalistas são muito mais próximos a administradores, engenheiros, contadores advogados empresariais e as práticas administrativas das empresas do que qualquer outro partido político brasileiro, e da maioria dos intelectuais deste país.
Portanto, a adoção destas idéias "inovadoras" não deveria ser tão surpreendente assim. A rigor deveriam ter sido implantadas 40 anos atrás e não foram.
Favor distribuírem estes futuros arigos, porque os próximos 10 anos dependem de uma transição presidencial e econômica tranquila, e uma eleição para Presidente baseada em fatos e não emoções. Não podemos mais uma vez jogar um bilhete premiado por incompetência.
Precisamos também ficar atentos para que nenhum futuro presidente mude estes pontos, qualquer que seja o sucessor de Lula na Presidência.
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