quarta-feira, 16 de setembro de 2009

The Economist: Brasil teve recessão suave e pacote de estímulo barato, em comparação aos demais países do G-20.

Segue a matéria, retirada daqui, em mais uma (péssima) tradução minha, com alguma ajuda do Google, e com alguns grifos meus.

Último a entrar, primeiro a sair.

O Brasil é o primeiro país latino-americana a sair da recessão - e um dos primeiros entre os países do G-20 a fazê-lo – conforme expansão da atividade económica no trimestre de abril a de junho, de 1,9% em face do trimestre anterior. Considerando que o ambiente global continua a ser difícil e que o setor de exportação, portanto, continua a luta, a força da demanda interna impulsionou a economia para o início de uma recuperação.
A recuperação no segundo trimestre veio depois de dois trimestres consecutivos de retração (1% nos três primeiros meses de 2009 e 3,4% nos últimos três meses de 2008), que havia colocado o Brasil em uma recessão técnica. Esta recessão relativamente curta foi a primeiro no Brasil desde 2003. A rápida retomada econômica é imputável ao dinamismo da demanda interna, nomeadamente à despesa das famílias, que cresceu 2,1% no segundo trimestre. As exportações de bens de bens e serviços cresceram 14,1%, enquanto as importações aumentaram 1,5%; o consumo do governo cresceu pouco, 0,1%, enquanto o investimento bruto ficou estável.

Encolhimento anual

Na comparação com o ano anterior, a economia ainda se contraiu (1,2% em relação ao segundo trimestre de 2008), embora ritmo mais lento do que o encolhimento de 1,8% registado no primeiro trimestre. O consumo privado aumentou 3,2% em termos homólogos (face a apenas 1,3% no primeiro trimestre). No entanto, os gastos do governo aumentaram apenas 2,2%, o menor aumento de mais de três anos. O investimento continuou a cair, com a formação bruta de capital fixo 17% abaixo ao ano anterior (a contração mais acentuada desde a série de dados começou em 1996). As exportações de bens e serviços diminuíram 11,4%, aliviando a queda de 15,2% do primeiro trimestre. No entanto, as importações caíram de forma mais acentuada, de 16,5% em comparação com uma queda de 16% no primeiro trimestre.


Drivers Doméstica

Ainda assim, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, destaca o fato de que o Brasil foi uma das últimoas grandes economias a entrar em recessão em 2008, e um das mais rápidas a saltar para fora dela. Isso testemunha, diz ele, os fortes fundamentos macroeconômicos do Brasil e a eficácia das políticas fiscal e monetária. Ele espera que a recuperação acelere no terceiro e quarto trimestres: frente ao encolhimento de 1,5% do PIB no primeiro semestre de 2009 em relação ao mesmo período do anos anterior, ele espera um crescimento de 3,5% no segundo semestre. Isto traria um crescimento de 1% no ano todo.
O resultado do segundo trimestre foi um pouco mais forte do que a Economist Intelligence Unit esperava. Em consequência, agora vemos um crescimento do PIB próximo de zero para o ano, no lugar de nossa projeção mais recente de uma contração de 1%. Considerando uma ligeira recuperação global, a taxa de crescimento do Brasil ganhar força em 2010, reforçada pelo impulso às despesas das famílias, pela flexibilização da política monetária e menor inflação. Isso irá contribuir também para uma recuperção (parcial) do nível de investimento em 2010, apoiado também por uma mudança no ciclo de inventário. A despesa pública vai se intensificar com a aproximação da eleição presidencial de outubro 2010. Atualmente, prevemos que o PIB real irá expandir-se 3,3% em 2010, embora esta previsão esteja abaixo da expectativa atual da Fazenda, de un crescimento de de 4% ou melhor.

Bastante resistente


A suavidade da recessão brasieleira, que é especialmente notável considerando a elevada base de comparação, também reflete o alto grau de diversificação da economia e dos parceiros comerciais, bem como a solidez do sistema financeiro. O último amorteceu o Brasil das consequências da crise financeira mundial que atingiu o ano passado. E mesmo que as exportações caído significativamente, eles representam apenas 13% do PIB, uma parcela muito menor do que na China, Japão e Alemanha (onde as exportações atingem cerca de 40% do PIB). Consequentemente, o impacto da desaceleração da demanda global tem sido mais lento para o Brasil.
De fato, vários bancos e agências de risco de crédito têm apontado para a resiliência do Brasil aos choques externos como a razão para manter as suas relativamente positivas classificações de crédito. A Standard & Poor's e a Fitch atribuiram grau de investimento à dívida soberana do Brasil, e a Moody's está considerando a possibilidade fazer a mesma classificação.
Além disso, mesmo o governo tendo implementado medidas contra-cíclicas, o custo delas foi muito grande. Segundo o Sr. Mantega, elas teriam custado o equivalente a 1-1,5% do PIB, contra 13% do PIB para a China e 6,7% do PIB para os EUA. As medidas de estímulo incluiram sete meses consecutivos de cortes na taxa de juros, levando a taxa básica a um piso recorde de 8,75% (um ciclo de flexibilização que parece ter acabado por agora); benefícios fiscais para aquisição de automóveis, bens de consumo duráveis e eletrodomésticos; e reforço do crédito fornecido pelos bancos estatais de desenvolvimento.
Dado o custo relativamente baixo do pacote de estímulo, a economia e a situação fiscal do Brasil estarão em melhor forma do que as de muitas outros países do G-20 no próximo ano. Sr. Mantega acredita que o estímulo fiscal corrente terá o seu curso até o final deste ano, altura em que a economia terá o seu ritmo de crescimento próprio e não será renovada a necessidade de apoio fiscal.
A rápida recuperação do Brasil também será uma boa notícia para outros países vizinhos da América Latina, cujas economias estão estreitamente integradas com a do gigante da América do Sul. Argentina, em particular, pode ver ampliada a demanda por suas exportações. O setor automotivo do Brasil, por exemplo, está ligado ao da Argentina, e tem experimentado desempenho saudável nos últimos meses.

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