A Deloitte fez uma pesquisa com 550 executivos-chefes de companhias industrias ao redor do mundo, visando elaborar seu "2013 Global Manufacturing Competitiveness Index". Segundo as impressões dos entrevistados, hoje o Brasil ocuparia o 8º lugar no ranking de competitividade industrial.
Entretanto, a pesquisa também sondou as expectativas dos mesmos executivos acerca da situação dos países em cinco anos. Segundo o relatório (íntegra em PDF aqui), eles acreditam que, em 2017, o Brasil ocupará o 3º lugar no ranking de competitividade industrial, passando países como a Alemanha e os Estados Unidos.
Dos arquivos do blog:
A carga tributária, os "tributos de país desenvolvido" e os serviços públicos brasileiros
Carta Capital: especialista da ONU garante: o Brasil tem feito um grande trabalho no combate à corrupção.
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Abaixo, o ranking divulgado no relatório e, depois, o texto da análise específica sobre o Brasil.
Surpreendentemente, o Brasil caiu no ranking GMCI desde 2010, passando do quinto para o oitavo lugar em competitividade atual de produção. Ao contrário da Coréia do Sul e de Taiwan, no entanto, os executivos entrevistados esperam que o ambiente de produção no Brasil melhore rapidamente e acham que o país se tornará a terceira nação mais competitiva do mundo nos próximos cinco anos.
A chave para as vantagens da produção brasileira são os investimentos sectoriais em curso e as ações políticas favoráveis, que procuram estimular a competitividade a longo prazo. Especificamente, o recentemente anunciado plano industrial Brasil Maior deverá criar vantagens fiscais favoráveis para os fabricantes brasileiros, bem como reduzir os custos de empréstimos e de energia. Segundo o plano, o governo brasileiro também espera atacar um conjunto obstáculos fiscais, legais, financeiros e de infra-estrutura comumente referidos como o "Custo Brasil", que ajudaram a minar a competitividade das empresas brasileiras, bem como a competitividade de todo o mercado interno quanto à capacidade de importadores e exportadores de lidarem com a competição internacional.
Felizmente, os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 devem impulsionar uma série de melhorias. Por exemplo, o Brasil deverá melhorar a infra-estrutura e trazer investimento estrangeiro, o que, provavelmente, terá uma influência positiva sobre na melhora da indústria e do ranking competitivo do país. O Brasil também é um dos poucos países com uma base suficientemente grande de recursos naturais, juntamente com uma infra-estrutura de pesquisa relativamente avançada. Isso coloca o país em uma posição única para capturar etapas mais lucrativas da cadeia de valor através do uso de fontes de energia alternativas ecologicamente sustentáveis.
Os executivos que participaram da pesquisa GMCI/2013 expressaram preocupação com a força de trabalho do Brasil, que alguns sentem representar uma desvantagem competitiva. Isto poderia ser devido a escassa disponibilidade de trabalhadores especializados, agravada pelo alto custo do trabalho no Brasil.
Apesar de algum questionamento acerca da eficácia de longo prazo do Plano Industrial Brasil Maior, a maioria dos executivos concordam que o ambiente de produção no país vai continuar a melhorar enquanto o Brasil enfrentar de forma proativa os desafios políticos, regulamentatórios e de força de trabalho. Investimentos adicionais de empresas da China, Coréia do Sul e América do Norte, que procuram tirar vantagem das oportunidades decorrentes da Copa do Mundo e Olimpíadas, também irá aumentar competitividade.
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