Fonte: http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/2606iolandagmail-com/ |
A imagem acima reproduz uma ata notarial entregue pela
Mônica Moura como prova de uma de suas alegações à força tarefa da Lava Jato,
dadas em troca de sua liberdade.
Segundo a delatora, com dados falsos, ela e Dilma teriam criado uma conta no
Gmail, para se comunicarem com segurança.
A comunicação se daria por meio da criação de rascunhos de
mensagens, que poderiam ser lidos pelas duas sem transitarem entre contas na
rede.
E, de fato, a ata prova que a conta de email existia.
Afinal, um tabelião a acessou e atestou a existência e a veracidade dos prints.
Mas parece forçado dizer, como já tem gente dizendo, que ela
prova o compartilhamento da conta.
Mas tem mais uma coisa um tanto ridícula na história.
A ata notarial foi lavrada em 13 de julho de 2016 (https://pbs.twimg.com/media/C_ptfFgWsAE5sup.jpg:large). Isso quer
dizer que os prints representam o conteúdo da conta de email naquele momento.
O print que aí de cima mostra que, em 13 de julho de 2016,
repito sim, havia apenas um rascunho na caixa.
Providencial, o rascunho foi criado em 22 de
fevereiro, dia em que a Polícia Federal tentou executar os mandados de prisão da
Mônica e de seu marido (http://www1.folha.uol.com.br/poder/2016/02/1742270-com-prisao-decretada-joao-santana-e-sua-mulher-chegam-ao-brasil.shtml.)
Obviamente, como não poderia deixar de ser, ele sugere uma mensagem cifrada sobre um espetáculo.
No dia seguinte, eles voltaram ao Brasil e se entregaram a
polícia.
Pouco tempo depois, em 08 de março, começaram a circular
notícias de que a hoje delatora negociava sua colaboração premiadíssima (http://blogs.oglobo.globo.com/lauro-jardim/post/mulher-de-marqueteiro-do-pt-negocia-delacao-premiada.html).
Em 04 de abril, surgem notícias de que o MPF fechara
o acordo para comprar a delação da Mônica de seu marido (http://g1.globo.com/politica/operacao-lava-jato/noticia/joao-santana-e-monica-moura-fecham-acordo-de-delacao-premiada-na-lava-jato.ghtml).
E, aí, vem a parte tragicômica da prova: neste tempo todo, quase cinco meses desde a prisão,
Dilma e seu assessor, que também teria a senha, não se lembraram de entrar na conta
e encerrá-la ou, ao menos, apagar o rascunho supostamente incriminador?
É pra levar isso a sério mesmo?
Uma das poucas presas pela Lava Jato que, por acaso, teve
chance de preparar sua própria prisão apresenta uma coisa dessas como prova e
os investigadores aceitam?
Para quem quer, deve ser mais fácil imaginar um ex-guerrilheira desleixada, do que uma marqueteira aproveitando o tempo que lhe resta de liberdade para criar provas. Provas a serem trocadas por sua liberdade e por uma boa fatia de sua fortuna.
Para mim, é difícil de acreditar;