Matéria do Comunique-se.
Da Redação
Em sua edição de 01/11, a revista Veja afirmou na coluna "Veja Essa" que o jornalista Marcelo Tas recebe dinheiro de Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em resposta, Tas enviou uma carta para a direção da revista, desmentindo as acusações e exigindo retratações. Como não foi atendido e não obteve nenhum retorno do veículo, explicou o fato e publicou a carta em um post de 06/11 em seu blog no UOL.
No texto, Tas classificou de "mentirinhas maldosas" as afirmações de Veja e disse que enviou a carta à revista mesmo sob avisos de que a mesma não seria publicada. Também escreveu que "é triste constatar que uma revista que se diz defensora da liberdade de expressão e dos valores democráticos mostre na prática que sua real vocação é exatamente o contrário. Na verdade, Veja só publica o que favorece os seus próprios interesses".
Questionado sobre de que forma denegrir sua imagem favoreceria os interesses da revista, Tas respondeu que ele é o maior interessado em entender a real motivação da semanal da editora Abril. Ele ainda levantou a tese de que Veja atua no sentido de conquistar o monopólio da verdade a qualquer preço, "nem que para isso tenha que manipular os fatos e mentir redondamente (...). Este procedimento arrogante, de dono da verdade, fica patente na atitude da revista de não publicar minha carta de resposta ou mesmo ouvir o "outro lado" antes de publicar a nota, como sugere regra elementar de bom jornalismo", afirmou, em entrevista por e-mail ao Comunique-se.
Tas foi contratado em fevereiro de 2005 para apresentar o programa Saca-Rolha, que ia ao ar às 23h30 pela Rede 21, emissora do Grupo Bandeirantes de Comunicação. Em maio de 2006, a Rede 21 mudou de nome para PlayTV! e a Gamecorp, empresa na qual o filho do presidente é sócio, ficou responsável pela faixa de horário entre 17 e 22h00. A coluna "Veja Essa" afirmou que o jornalista passou a aparecer na PlayTV! ao mesmo tempo em que ele começou a receber dinheiro de Fábio Lula, no ano de 2006.
O jornalista contesta essa afirmação, apontando que seu programa é veiculado fora do horário gerido pela Gamecorp e que, desde que trabalha na emissora, nunca foi vítima de censura ou pressão para abordar determinado assunto. "Muito menos recebi dinheiro, como diz a Veja, para defender o filho do presidente ou qualquer outra figura, político, partido ou grupo comercial", disse. Além disso, Tas afirma o fato da revista ter afirmado que ele começou a aparecer na PlayTV! em 2006, quando na verdade foi em 2005, denota que Veja "sequer deu-se ao trabalho de apurar as informações antes de publicá-las".
Tas atribuiu o texto a Julio César Barros, um dos editores sênior da revista. Por telefone, Barros afirmou que não foi ele quem escreveu o texto, que não sabia porque havia sido citado por Tas e que por isso não iria comentar o caso. Apontou que o responsável pela redação da "Veja Essa" foi o editor Felipe Patury, que por sua vez afirmou que se trata de uma nota não assinada e que por isso não é sua opinião que está expressa ali, mas sim a da publicação.
Eurípides Alcântara, diretor de redação da Veja, afirmou que mandou apurar esse assunto internamente e que ainda não tem uma resposta definitiva. O diretor garantiu que assim que essa resposta for obtida ela será dividida com este Comunique-se.
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