Medidas anticiclicas tomadas pelo governo ajudaram a enfrentar a crise, avalia associação
Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As medidas anticíclicas adotadas pelo governo para enfrentar a crise financeira internacional tiveram vários efeitos positivos sobre o setor têxtil nacional, entre os quais a elevação da renda, o aumento da geração de emprego e, principalmente, a ampliação da confiança do consumidor, destacou hoje (11) o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho.
Ele disse que são esses fatores que levarão o setor a crescer em 2010. Considerando um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional de 5%, a Abit estima que o setor têxtil deverá crescer este ano 4%, enquanto a expansão do segmento de confecção ficará em torno de 3,7%. “A gente acredita que a confiança do consumidor fará esse crescimento, com tranquilidade.” O faturamento projetado para 2010 para o setor têxtil e de confecção é de US$ 50 bilhões.
O aumento de poder de consumo das classes C e D contribuiu de forma decisiva para dar novo impulso à economia brasileira, assegurou. “A grande alavanca do consumo tem sido a classe C e a D”, afirmou, mostrando que as pessoas que antes viajavam de ônibus “agora estão viajando de avião”.
O presidente da Abit previu que a indústria de transformação brasileira deve fechar 2009 com um crescimento negativo de 9%. Quase todos os setores estão com um nível de capacidade instalada próximo do limite, informou. Por isso, acrescentou, vão precisar de mais investimentos.
“Esse fator será decisivo para que a indústria de transformação tenha um incremento de 6% este ano”, projetou Diniz. O setor têxtil pretende investir em 2010 cerca de US$ 850 milhões. No ano anterior, os investimentos dos produtores de moda nacionais totalizaram US$ 1,5 bilhão.
O último superávit da balança comercial do setor têxtil e de confecção foi registrado em 2005, da ordem de US$ 292 milhões. A crise internacional elevou em cerca de US$ 1 bilhão o déficit do setor, que subiu de US$ 1,027 bilhão para US$ 2,052 bilhões em 2008, estabilizando-se em 2009 na faixa de US$ 2,254 bilhões. “Ainda é um quadro que preocupa”, observou o presidente da Abit.
Por problemas protecionistas e também devido à entrada de produtos chineses, as exportações de vestuário brasileiro para o principal mercado do país, a Argentina, caíram de US$ 460 milhões entre janeiro e novembro de 2008 para US$ 280 milhões em igual período do ano passado. Em razão da crise externa, a estimativa é que a produção têxtil em 2009 tenha caído 6,7% e a de vestuário 8%.
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