segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Newsweek: com suas conquistas desde 2003, o Brasil surge como modelo na luta contra a pobreza.

Artigo da Newsweek, em tradução BEM livre minha mesmo (com ajuda dele, como sempre.)

A terra do contraste menor.

Como o Brasil freou a desigualdade.

De repente, o Brasil se tornou uma referência improvável na campanha global para diminuir o fosso entre ricos e pobres. Desde 2003, cerca de 21 milhões de brasileiros ascenderam para fora da pobreza, transformando o historicamente escasso grupo dos assalariados de renda média na classe social dominante do país. Em 2008, o Brasil já atingiu a meta Desenvolvimento das Nações Unidas para o milênio, de cortar a pobreza pela metade até 2015.


Não é só que os pobres estejam em melhor situação; isso ocorre em todo o mundo em desenvolvimento, graças a duas décadas de crescimento global e de melhores cuidados de saúde. O Brasil se destaca por seus pobres estão ascendendo mais rápido do que qualquer outra classe social. Entre 2003 e 2008, os 10% dos brasileiros no topo da pirâmide ficaram 11 % mais ricos, enquanto os 10% da base viram seus ganhos saltarem 72%. A desigualdade caiu 5,5% desde 2003.

Mais notavelmente, a mobilidade social não foi prejudicada pela crise econômica mundial. Há menos pobres e indigentes brasileiros hoje do que havia há 18 meses, quando a crise explodiu. O coeficiente de Gini nacional - cálculo dos economistas usam para medir a desigualdade - está agora em 0,580, a mesma baixa histórica registrada em junho de 2008, antes de a recessão surgir. Isso não é ótimo (quanto mais perto de de 1,0 o Gini, a maior desigualdade de uma sociedade.), mas torna o Brasil uma exceção, mesmo entre as economias mais aquecidas do mundo em desenvolvimento. Embora a China e a Índia estejam crescendo mais rápido, eles estão cada vez mais desiguais. O resultado é que os especialistas estão começando a olhar para o Brasil como um modelo na luta contra a pobreza.


O ganhos do Brasil datam de uma série de medidas inteligentes, que começou no início de 1990. Uma campanha agressiva de matícula escolar tirou 97% das crianças do mundo do trabalho e as devolveu para a sala de aula. Agora eles estão colhendo as recompensas, na forma de salários mais elevados e melhores empregos. Em 1994, a elite política desfez décadas de remendos economicos e os gastos desemfreados, que estragulavam o crescimento e mantinham os preços em espiral. Isso abriu caminho para uma era de reformas, como a privatização, a redução das barreiras comerciais, e a prudência fiscal.


Igualmente importante, a esquerda tevê êxito. Quando ele se tornou presidente em 2003, Luiz Inácio Lula da Silva, um sindicalista agitador do Partido dos Trabalhadores, não era amigável ao capitalismo. Mas ele prometeu não mexer nas reformas de livre mercado que herdou e que a maioria dos brasileiros aplaudiam. Paradoxalmente, estas foram precisamente as políticas que pavimentaram o caminho para as iniciativas que ele sempre sonhou: uma ajuda direta do Estado para os mais necessitados. Manter a inflação baixa e os gastos públicos sob controle ajudou a derrubar as taxas de juros e incentivou os bancos a propagarem o crédito até mesmo para consumidores de baixa renda. Permitiu também que Lula ampliasse o papel do Estado, concedendo aumentos generosos para os salários mínimos e pensionistas e distribuindo enormes quantias em dinheiro para os pobres.


Ele também lançou o Bolsa Família, ampliando um programa de auxílio existente, na qual o Estado entrega um pequeno subsídio mensal - digamos, de US $ 10 a US $ 70 - para famílias que mantêm seus filhos na sala de aula e fazem visitas regulares a centros de saúde. A idéia não é nova: em 1968, Milton Friedman clamou por um imposto de rendimento "negativo" para os pobres com o argumento de que os indivíduos podem usar o dinheiro melhor do que os governos. Essa idéia foi aplicada pela primeira vez no Chile e México, mas foi o Brasil, a partir do final dos anos 90, que a transformou em uma instituição massiva, que agora chega a 55 milhões de pessoas.


O Bolsa Família tem seus críticos. A extrema esuqerda o acusa de apaziguar os pobres com migalhas. A direita o golpeia por inflar um estado paternalista e incentivar as pessoas a ficar no desemprego. (Um quarto dos brasileiros agora ganhar bolsas, mas apenas um punhado deles se qualificou para o mercado de trabalho.) Mas, a um custo mínimo, esses programas têm-se revelado uma forma eficaz de ajudar os mais pobres. O Brasil gasta menos da metade de 1 % do seu PIB de US $ 1,6 trilhão para ajudar 1/4 de seus 193 milhões de habitantes.


Os benefícios são tão claros, que as cópias estão se espalhando. O Banco Mundial estima que algo entre 150 a 200 milhões pobres agora estão recemendo transferências de dinheiro em países como a Nicarágua socialista, a Colômbia centrista, e mesmo os Estados Unidos, onde o prefeito bilionário de Nova York, Mike Bloomberg, está vendo agora os benefícios de um programa que foi institucionalizada, no Brasil, por um companheiro que nunca se importou muito com o mercado livre.

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