Diplomatas, não só do Brasil, comentavam ontem em Copenhague que as críticas da ministra Dilma Rousseff e de ministros da China, Índia e de alguns países africanos a Connie Hedegaard, presidente da COP-15, deixaram-na acuada e com necessidade de mostrar transparência.
Anteontem, representantes daqueles países, tendo à frente a ministra Dilma, chefe da delegação do Brasil, tiveram uma dura reunião com a dinamarquesa Hedegaard.
Em uma mesa com apenas 15 pessoas em uma pequena sala do Bella Center, a ministra brasileira foi a primeira a falar.
Pedindo licença para falar em português, apesar de saber corrigir a intérprete, Dilma iniciou falando em nome dos representantes de países em desenvolvimento ali presentes.
"Queremos o sucesso dessa reunião", afirmou. E pediu que se voltasse a discutir o Protocolo de Kyoto e que houvesse participação no esboço final.
"O documento que será submetido a nossos presidentes e primeiros-ministros não pode ser obra acabada de que não tenhamos discussão antecipada", disse. "Não pode", corrigiu a ministra, quando a tradutora alterou suas palavras.
Com firmeza, e sempre com o mesmo tom de voz, Dilma acrescentou que "não queremos que haja problemas, como boicote, que ameace esta conferência".
"Reiteramos que desejamos sucesso da conferência e, para isso, deve-se assegurar participação efetiva, com transparência e inclusão, seja na discussão e também na elaboração a ser entregue a nossos chefes de Estado. Essas condições interessam a nossas conveniências individuais e vão interessar também à direção da conferência, ok?", disse a ministra.
Ao encerrar, Dilma pediu aos colegas que se manifestassem se tivessem observações.
Connie Hedegaard respondeu que "toda a proposta é garantir inclusão e transparência. Não tenho interesse em não consultar vocês".
O representante da Índia quase se exaltou. "Não tenho mandato para transferir a você a responsabilidade de fazer o acordo", disse.
"Queremos ser parte do esboço final", retrucou um dos africanos.
"Reiteramos que desejamos sucesso da conferência e, para isso, deve-se assegurar participação efetiva, com transparência e inclusão, seja na discussão e também na elaboração a ser entregue a nossos chefes de Estado"
VENTO SEGURO
O primeiro leilão específico para energia eólica no Brasil, realizado na última segunda-feira, deve aquecer o mercado de seguros no país, segundo a corretora Marsh.
A empresa estima que o resultado do leilão poderá contribuir para triplicar a sua carteira de seguros para a construção de parques eólicos.
A Marsh atualmente é responsável pela estruturação dos programas de seguros de cerca de dez plantas em operação e construção nas regiões Norte e Sul.
Ainda incipiente, a energia eólica representa hoje 2% da carteira da corretora no segmento de energia.
Com os novos parques, a modalidade deverá alcançar 6% de participação até o final do próximo ano, de acordo com Marcelo Elias, diretor de infraestrutura da empresa.
Previdência privada cresce 18% no ano até outubro
O mercado de previdência privada começou 2009 preocupado, mas deve fechar o ano otimista. A opinião é de Marco Antônio Rossi, novo presidente da Fenaprevi, entidade que reúne empresas do setor.
Com captação de R$ 29,5 bilhões de janeiro a outubro, o mercado cresceu 18% ante o mesmo período de 2008. "Esperamos fechar o ano com 20% de alta", diz Rossi.
O aquecimento foi puxado pelo VGBL. O tipo de plano que mais cresceu foi o individual, contratado por pessoas físicas.
O resultado só não foi melhor devido ao desempenho dos planos empresarias. As demissões provocadas pela crise contribuíram para a redução nas contribuições para a previdência.
"Além disso, muitas empresas acabaram adiando a decisão da aquisição de novos produtos ou novos investimentos, de conceder novos benefícios a seus funcionários", segundo o presidente da Fenaprevi.
No acumulado deste ano, o plano empresarial alcançou R$ 3,6 bilhões, uma evolução de apenas 1,7% na comparação com o resultado do mesmo período do ano passado.
CEREJA DO BOLO
As frutas frescas, normalmente mais demandadas no período do Ano Novo, passaram a ser muito procuradas na primeira quinzena deste mês, segundo o Walmart. Nos primeiros 14 dias, a rede teve crescimento de mais de 50% no volume de vendas de cerejas ante o mesmo período do ano passado.
TETO
O SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo), que opera com recursos das cadernetas de poupança, deve bater o recorde de R$ 32 bilhões e cerca de 310 mil unidades financiadas em empréstimos para compra da casa própria neste ano, segundo Luiz Antonio França, que foi reeleito presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança).
MACA
A Federação Brasileira de Hospitais, que representa 4.775 instituições de pequeno e médio porte que destinam um percentual de seus leitos ao SUS, fechou parceria com a operadora Gama Saúde, que reúne 16 mil médicos. A união formou a Rede FBH Gama Saúde, que pretende aumentar o atendimento privado de hospitais associados.
INVESTIMENTO
O investimento da Fundação Telefônica cresceu de R$ 16 milhões em 2008 para R$ 20 milhões neste ano. O programa Pró-Menino fechou o ano com 10.800 crianças e adolescentes atendidos no Estado de São Paulo. A meta inicial era alcançar a marca dos 10 mil beneficiados.
PASSAGEM
O portal de comparação de preços Zura! fechou parceria com o buscador de viagens Mundi, para criar o canal Zura! Turismo, que analisa preços de hospedagens e passagens aéreas.
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com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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