Tempos de desespero para o candidato da oposição no Brasil.
Por Bradley Brooks (AP) - 22 horas atrás
SÃO PAULO - O candidato de oposição à presidência do Brasil está afundando tão rápido nas pesquisas que está recorrendo a anúncios de televisão ligando-se ao popular presidente do país - que apoia a sua rival.
Anúncios de TV mostram José Serra com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enquanto uma voz que soa muito como a do presidente entoa: "Serra e Lula: dois homens de história; dois líderes experientes".
O único problema: Lula quer fazer história com sua própria candidata, Dilma Rousseff, ex-chefe de seu pessoal.
Líderes do Partido dos Trabalhadores, de Lula, disseram sexta-feira que iriam apresentar uma queixa perante o Supremo Tribunal Eleitoral, que aplica a legislação eleitoral.
"Eu acho que é estranho para um candidato tentar, de forma muitas vezes patética, ligar seu nome ao presidente Lula", Dilma disse em um encontro com jornalistas brasileiros no Rio de Janeiro na quinta-feira. "Ele se opôs ao governo Lula durante todo o seu tempo no cargo."
Serra - um centrista do Partido da Social Democracia Brasileira, que foi trucidado por Silva na eleição presidencial de 2002 - afirma que Dilma Rousseff está tomando crédito indevido pelos avanços do Brasil durante os dois mandatos de Lula. Ele tem um jingle de campanha que pede a ela para "tirar as mãos do trabalho de Lula".
As pesquisas mostram que Serra tem uma boa razão para movimentos não ortodoxos na campanha.
Uma pesquisa divulgada pelo instituto de pesquisa Ibope desta semana mostrou Rousseff liderando por 43% a 32%, frente aos 39-34 há duas semanas. A pesquisa de agosto 12-15 de 2.506 eleitores e tem margem de erro de 2 pontos percentuais.
Alguns analistas dizem que Rousseff poder reunir mais de 50% dos votos em 03 de outubro, evitando um segundo turno.
Com a taxa de aprovação de Lula pairando perto de 80%, faz sentido para a Serra ligar fortemente seu nome ao do seu antigo rival.
Mas a lei eleitoral do Brasil proíbe os candidatos de aparecer na TV ou rádio com os membros de um partido ou coligação rival.
Analistas dizem que Serra está tentando distanciar Rousseff do toque de ouro de Lula - uma tarefa difícil, pois Silva esta em forte campanha para sua candidata.
Serra, que é amplamente visto como um acadêmico elitista sem carisma, também quer atrair votos das massas pobres do Brasil por transmitir imagens de si mesmo ombro a ombro com Silva, o primeiro presidente brasileiro da classe trabalhadora.
Poucos acreditam que a estratégia funcionará.
"Serra deveria ter mais carisma neste momento. Ele é muito experiente e tem feito campanha na TV desde a década de 1980", disse David Fleischer, cientista político da Universidade de Brasília. "De todos os candidatos, ele é o mais experiente e deveria ser um melhor comunicador." Mas por que não é ele? "Apenas por sua natureza, eu acho."
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